BLOG COM TEXTOS LITERÁRIOS PARA ENTRETENIMENTO


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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

FELICIDADE - ARISTÓTELES - ÉTICA A NICÔMACO - 8

"Sua própria vida é aprazível por si mesma. O prazer é um estado de alma e para cada homem é agradável aquilo que ele ama. (...) A felicidade é, pois, a melhor, a mais nobre e a mais aprazível coisa do mundo. Esses atributos não se encontram separados como na inscrição em Delos: "Das coisas a mais nobre é a mais justa, e a melhor é a saúde; mas a mais doce é alcançar o que amamos". Todos os atributos pertencem às mais excelentes atividades, e todas juntas, ou uma delas, ou a melhor, nós a identificamos como a felicidade."

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

PABLO NERUDA

CUERPO DE MUJER


Cuerpo de mujer, blancas colinas, muslos blancos,
te pareces al mundo en tu actitud de entrega.
Mi cuerpo del abriego salvaje te socava
y hace saltar el hijo del fondo de la tierra.

Fui solo como un túnel. De mí huían los pájaros
y en mí la noche entraba su invasión poderosa.
Para sobrevivirme te forjé como un arma,
como una flecha en mi arco, como una piedra en mi honda.

Pero cae la hora de la venganza, y te amo.
Cuerpo de piel, de musgo, de leche ávida y firme.
¡Ah los vasos del pecho! ¡Ah los ojos de ausencia!
¡Ah las rosas del pubis! ¡Ah tu voz lenta y triste!

Cuerpo de mujer mía, persistiré en tu gracia.
Mi sed, mi ansia si límite, mi camino indeciso!
Oscuros cauces donde la sed eterna sigue,
y la fatiga sigue, y el dolor infinito.

VASKO POPA

O que mais me impressionou no poeta da Sérvia é o animismo. A forma como ele descreve objetos inanimados traz os sentidos humanos para a margem de um universo único e promove a catárse poética. A referência é o livro Osso a Osso, Org. Aleksandar Jovanovic´, Coleção Signos, Editora Perspectiva (co-edição da Editora da USP), São Paulo: 1989.


NO CINZEIRO

Um sol miúdo
De cabelos amarelados de fumo
Apaga-se no cinzeiro

O sangue de um batom barato amamenta
Os corpos mortos das pontas de cigarro

Palitos descabeçados desejam
Coroas de enxofre

Profundezas das cinzas relincham
Freadas sobre as patas traseiras

Mão enorme
De olho ardente no meio da palma
Espreita no horizonte


NO CABIDE

Golas mordiscaram
Os vazios-pescoço dependurados

Últimos pensamentos depositam-se
Nos chapéus quentes

Dedos do anoitecer espreitam
De dentro das mangas-viuvez

Um terror verde brota
Nas rugas-mansidão